E COMO MAI!

Este é o blog de Alex Correa e foi criado essencialmente como um centro de acesso aos trabalhos já publicados na lingua portuguesa, forma original.


Wednesday, March 2, 2011

Algas II

Na Parte I, foi explicado a importância do controle de algas em sistemas marinhos.
Existem vários métodos para nos ajudar à controlar algas. O aquarista pode aplicar combinações de diferentes métodos, sendo assim mais eficiente e seguro de obter-se bons resultados à longo prazo. A seguir irei citar alguns dos mais usados e divulgados atualmente. Resolvi fazer uma divisão por categorias, afim de tornar a leitura mais bem elaborada, não significando que esses métodos não estejam interligados e / ou possam ser usados em conjunto.


Yellow Tangs (Zebrasoma flavescens) são os mais comuns peixes herbívoros usados em reef tanks para o controle de algas indesejáveis. Tangs costumam alimentar-se constantemente na natureza e logicamente irão necessitar de suplementos vegetais depois de certo tempo num sistema amadurecido com uma população baixa de algas. Foto: Alex Correa.


MEIOS DE CONTROLE:

Químicos (produtos utilizados):

Osmose Reversa / Desionização/ Água destilada.
Águas de torneira não são muitas das vezes compatíveis com os nossos objetivos ao prepararmos nova água sintética marinha, muito menos para a adição diária de reposição (kalkwasser ou não) para repor a diferença pela evaporação. Isso porque existem vários tipos de componentes químicos utilizados nas estações de tratamento, que irão alterar as propriedades do complexo bioquímico da água do aquário negativamente e por certo poderá apresentar uma influência considerável no que diz respeito ao controle de algas.
Água destilada é um meio excelente de prevenir introdução de nutrientes no sistema, e pode ser encontrada à venda por um preço relativamente acessível ao aquarista, não sendo necessário que seja obtido o instrumento para tal filtragem, mesmo porque esse instrumento é de alto custo.
Muitos aquaristas atualmente utilizam meios mais simples para purificação de água da torneira, que pode ser feita em casa, poupando assim o trabalho de compra e transporte de água. Temos dois métodos utilizados: desionização e reversão osmótica.
Existe algumas diferenças básicas entre eles, mas ambos apresentam resultados satisfatórios com relação à da qualidade de água obtida. Osmose reversa leva mais tempo para finalizar o processo do que desionização e desperdiça cerca de 75% da água que passa pelo aparelho, enquanto desionização não desperdiça nada.
Um excelente método de fitragem pode ser obtido com o conjunto desses dois instrumentos interligados à um pré-filtro de carvão ativado.


Carvão ativado.
Pode e deveria ser utilizado em qualquer tipo de sistema, fazendo parte da filtragem química constante ou parcialmente. É um efetivo meio de remoção dos componentes orgânicos dissolvidos, proporcionando melhores condições de limpidez da água (eliminando o amarelado causado por substâncias expelidas pelas algas e odor causado por diversos tipos de metabolismos que ocorrem no sistema), sendo assim um importante instrumento de ajuda às algas simbióticas (zooxanthellae), em exercer suas funções apropriadamente. Além disso, os componentes orgânicos dissolvidos têm influência direta em vários fatores prejudiciais aos habitantes do sistema, como: estresse, e redução de crescimento e de resistência à doenças. Em sistemas recém-montados é um excelente meio de exportação desses pigmentos amarelados, tanto quanto em aquários amadurecidos.
A remoção dos componentes orgânicos dissolvidos (adsorção) ocorre naturalmente, num processo de afinidade (força de atração - difusão) dessas moléculas ao carvão. Isso deixa claro de que não há necessidade de uma passagem forçada de água para tal adsorção. A passagem forçada poderia causar certos problemas, como por exemplo entupimento da mesma por partículas de sedimentos, principalmente se não for usada fitragem mecânica localizada antes dessa passagem, além de dificuldade de acesso para manutenção.
Existem algumas contra-indicações à respeito do uso do carvão ativado em aquários marinhos que parecem não terem fundamento (apesar de atualmente ainda apresentarem controvérsia), como: causa de doenças (linha lateral), devolução dos materiais adsorvidos à água e retirada de elementos traços do sistema.
A escolha do tipo de carvão é impotante. Quanto menor os grãos, mais área exposta para a adsorção, melhor será o resultado. Os menos brilhosos são geralmente de melhor qualidade. O produto deve ser livre de fosfato. Essa informação deve constar na embalagem e na maioria das vezes é confiável. Geralmente os mais caros apresentam qualidade superior por serem produzidos através de métodos mais sofisticados e com melhor qualidade de matéria-prima.
Trocas do carvão devem ser feitas dependendo da quantidade de animais/ algas mantidos, geralmente podendo ser uma vez ao mês quando a quantidade recomendada pelo fabricante é usada (se não houver superpopulação). É aconselhável retirar o carvão e lava-lo em água salgada (fora do aquário) uma ou duas vezes entre os intervalos de troca para evitar possível entupimento dos poros por partículas de sedimentos.
Quando houver a introdução do novo carvão ao sistema, lave-o primeiro em água doce corrente, afim de retirar o máximo de pó existente e deixe o carvão novo juntamente com o antigo no sistema por uma semana, retirando assim o antigo depois desse período. Esse é um método prático para evitar com que haja um possível desequilíbrio na população de bactérias povoadoras dos poros.

Resinas de adsorção molecular.
Também chamadas de Resinas de Troca de Íons. Esses tipos de elementos filtrantes fazem a adsorção seletiva de polares orgânicos e componentes que contêm nitrogênio. São produtos específicos para a retirada de certos materiais orgânicos, nitratos ou fosfatos (nutrientes que provocam explosão de algas).
Podem ser usados para substituir o uso do carvão ativado, principalmente em emergências, quando precisa-se de uma grande adsorção em um curto espaço de tempo. São bem efetivos, mas consideravelmente caros. O aproveitamento desses produtos é bem maior quando usados de maneira que a água passe forçadamente (sob pressão) pelos grãos. São propensos à entupimento, sendo necessário que se agite o saco de vez em quando para que volte à funcionar efetivamente. Isso ocorre por causa do tamanho dos grãos que o produto é fabricado e / ou se não houver uma pré-filtragem mecânica das partículas de sedimentos.
Geralmente apresentam melhores resultados quando utilizados temporariamente, para solucionarem problemas (à curto prazo) dos quais sabemos a causa (ex: nível alto do nitrato).

Desnatador de proteínas (skimmer).
Esse meio de filtragem física é um importante exportador de vários componentes químicos e mesmo de alguns organismos do sistema. Alguns acreditam que o skimmer pode ser responsável por uma dizimação de microorganismos como plânctons, assim como retirada excessiva de elementos benéficos aos organismos mantidos, afetando principalmente os invertebrados. Tanto numa situação como na outra, se o skimmer for possante e usado constantemente (sem reposições da micro fauna) certamente haverá uma retirada considerável e possivelmente total dos mesmos no sistema. Pode-se também utilizar-se parcialmente o skimmer, afim de evitar que esse incidente aconteça.
O skimmer é muito útil no que diz respeito ao controle de algas, retirando compostos orgânicos dissolvidos, proteínas, detritos orgânicos, fósforo, iodo e até células de algas.
Aquário marinho sem skimmer pode ser mantido somente se for num sistema aberto (água natural marinha constante entrando e saindo do sistema) ou se houverem trocas de água muito freqüentes com água natural ou sal sintético de alta qualidade (de no mínimo 1 vez por semana). Mesmo assim, a quantidade de organismos mantidos terá que ser limitada. Skimmer, portanto, é um dos equipamentos que mais ajuda à manter condições favoráveis em termos de longo prazo em qualquer aquário marinho.


Físicos (manutenção):

Bryopsis (centro) é um exemplo de alga filamentosa que muitas das vezes precisa ser retirada manualmente, pois são poucos os animais que se alimentam da mesma. Foto: Waikiki Aquarium. Alex Correa.

Remoção manual.
Com relação às macro-algas, essa remoção (poda) deve ser feita regularmente, afim de evitar com que haja um crescimento exagerado das mesmas sobre os invertebrados (reef tank), assim como excesso de ácidos húmicos dentre outros componentes orgânicos dissolvidos no sistema, prejudicando a penetração de luz e conseqüentemente os invertebrados fotossintetizantes. Além disso, quando em decomposição, essas macro-algas irão devolver os nutrientes absorvidos anteriormente pelas mesmas ao sistema, o que obviamente não é interessante.
Algas em deteriorização ou mesmo em rápido crescimento (macro e micro-algas) devem ser retiradas freqüentemente. Isso vale tanto para os aquários recém-montados, quanto para os já amadurecidos.
A poda das macro-algas é geralmente feita com uma tesourinha de unha ou uma faca pequena e bem afiada. A retirada das algas em decomposição pode ser sifonada.

Remoção de micro-algas geralmente só é necessária ser feita mecanicamente quando o sistema ainda está sendo montado, quando não há animais herbívoros para o controle dessas algas, ou quando ocorre uma explosão das mesmas. Nesses casos, a retirada deverá ser feita para que não haja um estresse ou desconforto dos outros habitantes. Muitas vezes esse é um método desestimulante ao aquarista pela persistência do problema, mas deve ser encarado como uma grande ajuda à solução. O que vai realmente solucionar o problema será a focalização da causa (ex: excesso de luz ou introdução de água de má qualidade), então o aquarista poderá achar a saída.
A remoção das micro-algas (tanto das rochas, nos vidros, como na areia) pode ser feita através de sifonação com um tubo de borracha e às vezes (em casos críticos de explosões) retirando as rochas do aquário e escovando-as em um recipiente (com água retirada do próprio aquário) à ser descartada após a operação. Escovamento de rochas é uma alternativa anormal e obviamente poderá prejudicar o tanque em vários sentidos, sendo portanto a última medida à ser tomada em qualquer das circunstâncias.


Trocas de água.
São muito importantes em qualquer tipo de aquário. Alguns aquaristas têm a idéia errônea de que com certos métodos de filtragem e mantimento de determinados animais pode-se chegar ao ponto de não haver necessidade de trocas de água. Na verdade as trocas de água não servem somente para repor elementos traços e exportar nitrato e detritos / fezes do aquário. Os benefícios vão muito além disso. A retirada de componentes orgânicos dissolvidos produzidos principalmente pelas algas, que tendem à acumular, é outro importante fator, uma vez que não são transformados pelas bactérias e juntamente com o nitrato poderão criar situações incorfortáveis para os habitantes e constranjedoras ao aquarista.
Trocas parciais de no mínimo 10% do volume total do sistema devem ser feitas periodicamente, de preferência mensalmente. Mantendo um ritmo alternado e constante, o aquarista previne estresse nos organismos ao praticar tais trocas. Quando acontece uma explosão de algas, trocas de água irão ajudar consideravelmente na exportação de nutrientes e material decomposto produzido.

Iluminação.
Basicamente a iluminação deve ser feita de acordo com as necessidades dos organismos mantidos e volume / altura do tanque. Não havendo superiluminação e repondo-se as lâmpadas regularmente (lâmpadas perdem suas propriedades de espéctro depois de algum tempo: 6 meses à 1 ano), os problemas com algas estarão relacionados à excesso de nutrientes, o que acontece mais freqüentemente. O fotoperíodo normalmente recomendado para aquários de reef é de 10 à 12 hrs / dia.

Biológicos (emprego de animais):

Caramujos herbívoros são de grande ajuda para prevenir explosões de algas. Além disso, é muito comum haver reprodução em cativeiro. Trochus intextus. Foto: Alex Correa.



Caramujos herbívoros.
Várias espécies de caramujos herbívoros são excelentes controladores naturais de algas. Dentre eles temos: Astraea spp., Turbo spp., Nerita spp., Trochus spp. e Cerithium spp.
Os Astraea spp. são de formato triangular; o Trochus apresenta um formato parecido, mas com as bordas da base mais arredondadas. São excelentes controladores de algas de filamento. Os da família Cerithiidae são originários do Caribe e possuem um formato pontudo constituído de anéis e muitos apresentam pequenas saliências pontudas fazendo parte do desenho. Se alimentam principalmente de diatomáceas e são ótimos limpadores dos vidros do tanque. Os Nerita normalmente não recomendo para aquário, pois passam o maior tempo fora d’água por serem originários de zonas intermediárias de maré, porém existe uma espécie que parece apresentar melhores resultados (Nerita furniculata). Essa espécie de Nerita vem do México e já foi notada por alguns à ser uma das poucas excessões à serem de possível auxílio no controle de algas localizadas em baixo d’água. Os Turbo spp. são os de maior tamanho (adultos), dando-nos alguns problemas com relação à mover corais recém-colocados no aquário. Porém, são os mais famintos por algas e recomendo altamente a aquisição desses caramujos, principalmente para aquários recém montados com volume maior de 200 L. Devido ao tamanho dessa espécie (até 8 cm), recomendo que o ideal seria 1 caramujo para cada 100L, com poucos de outras espécies, se presentes.
Caramujos são relativamente fáceis de serem mantidos e reprodução sexuada é freqüentemente reportada por aquaristas. Existem alguns peixes (borboletas e wrasses) que se alimentam de caramujos e podem obviamente beliscar os caramujos de vez em quando. Muitas das vezes esse comportamento é notado depois que o peixe se aclimatiza no tanque. Cabe ao aquarista checar de vez em quando como estão os habitantes, afim de evitar perda de muitos caramujos.

Existem porém alguns caramujos predadores (parasitas), alimentando-se de corais, Zoanthus e moluscos (Tridacna spp.). Os caramujos que costumam parasitar os Zoanthus são de cor bem branca, arredondados e geralmente não são vistos durante o dia, assim como os achados nas conchas dos moluscos (Tridacna spp.), mas sendo esses de formato pontudo (Família Pyramidellidae). Esses indesejáveis caramujos devem ser procurados pelo aquarista durante os últimos meses depois que forem introduzidos qualquer invertebrado no sistema, afim de evitar que grandes números povoem o aquário virando praga. Alguns peixes podem ser usados para o controle natural desses tipos de caramujo, como Halichoeres melanurus, H. chloropterus, Pseudocheilinus hexataenia e P. tetraenia, podendo serem usados relativamente sem problemas com outros invertebtados no sistema.

Tangs têm um importante papel na natureza mantendo algas sob controle nos recifes. Acanthurus guttatus entre um cardume de A. triostegus são mostrados aqui. Foto: Hanauma Bay, Hawaii. Alex Correa.

Peixes herbívoros.
São de muito auxílio para que não hajam explosões. Muitos dos peixes herbívoros alimentam-se o dia inteiro e geralmente poucos exemplares são necessários (logicamente dependerá do volume do tanque). Em conjunto com os caramujos existirão muito poucas chances de problemas com algas. O único problema relacionado à essas espécies é que a maioria é muito vulnerável à doenças como parasitas e infestações por bactérias. É de minha experiência que muitos dos problemas com doenças estão relacionados ao estresse e / ou falta de alimentação adequada. Muitos desses herbívoros precisam de um suplemento de alimentos como flocos de Spirulina ou até mesmo algumas algas do mar frescas para que eles possam manter boa saúde. Vale a pena lembrar também que com a introdução de algas para alimentá-los, os nutrientes também estarão entrando no sistema e um dos principais meios de retirada desses é certamente o uso de um skimmer de boa qualidade.
Os mais utilizados peixes herbívoros são os do gênero Zebrasoma. Dentre eles estão: Z. flavescens, Z. Veliferum, Z. desjardinii, Z.xanthurus e Z. scopas. Todos esses irão controlar inclusive algas de filamento, assim como muitas espécies de Acanthurus. Outros Tangs podem ser mencionados como: Ctenochaetus striatus, C.strigosus e C. hawaiiensis. Essas espécies costumam alimentar-se de detritos e fragmentos de algas também.
Alguns Gobies e Anjos também são herbívoros, mas haverá sempre possibilidades de serem predadores de corais e outros inverts também. Entre alguns Anjos que o aquarista pode tentar estão: Centropyge loriculus, C.acanthops. Mas, de novo, os riscos de comportamento predatório não serão descartados. Além desses o Lo uspi (Fiji fox-face) é um ótimo controlador de algas.

Caranguejos e ermitões.
Muitas espécies de ermitões se alimentam tanto de algas quanto de animais (onívoros), logo não são seguramente recomendáveis para mantermos com cnidários ou mesmo pequenos peixes. Além disso, a maioria, por precisar trocar de concha ao creser, poderá portanto atacar os caramujos para obtê-las. Em minhas experiências, tenho notado que muitas das vezes poderá haver desconforto de alguns habitantes no aquário (mais sensíveis) causado por esses ermitões (especialmente os de médio e grande porte), uma vez que eles podem andar por cima dos corais e às vezes danificá-los, havendo assim uma possível infestação bacterial (depende do tamanho e quantidade dos ermitões, e estado em que se encontra o animal afetado).
Existem algumas espécies que alguns afirmam apresentarem melhores resultados (até retirando cianobactéria e não danificando esponjas ou os pólipos dos corais), ex: Clibanarius digueti. Se o aquarista quizer tentá-los, sugiro os de menor porte.
Os caranguejos normalmente crescem muito, sendo assim incompatíveis para muitos sistemas. Além disso eles se alimentarão de algas coralinas incrustantes também. Existem porém os caranguejos simbióticos (corais e anêmonas) que são importantes pela sua relação com os invertebrados.

Micro-fauna.
Com o tempo, dependendo da qualidade da rocha viva (dentre outros fatores como volume, percentagem e presença de predadores), o aquarista começa a notar muitos micro-animais no aquário. Esses são geralmente introduzidos com as rochas vivas e / ou areia viva, sendo achados nas mesmas, no sump e até mesmo na coluna d’água. Muitos desses diminutos animais se alimentam basicamente de detritos e micro-algas, ajudando assim no controle.
A micro-fauna é certamente muito importante não só para o controle das algas, mas também para que haja uma estabilidade do sistema como um todo. Entre os animais achados e mantidos em aquários por longos períodos estão: copépodes, anfípodes (entre outros diferentes crustáceos), minhocas de vários formatos e muitas diferentes famílias / espécies, além de bactérias, que são as mais importantes, fazendo a nitrificação e desnitrificação.
O cultivo de micro-fauna é importantíssimo para o sistema e deve ser estimulado pelo aquarista. Em adição, gostaria de frisar que em sistemas relativamente pequenos não seria uma boa idéia manter peixes que predam esses microorganismos, pois poderá haver uma dizimação, se não forem feitas reposições periódicas.

Jaubert System.
É outro meio muito importante e eficiente que à longo prazo, certamente age de maneira bem positiva em qualquer tipo de aquário marinho, prevenindo algas indesejáveis através do processo de desnitrificação feita pelas bactérias localizadas no substrato (areia/ cascalho). O Sistema Jaubert consiste basicamente em uma cama de substrato na qual bactérias anaeróbicas são estimuladas à reproduzirem e ocuparem, metabolizando nitrato em gás de nitrogênio. Sendo assim então eliminados do sistema pela superfície, liberados na atmosfera. Dessa maneira reduzindo consideravelmente ou totalmente a reserva de nitratos e colaborando de forma natural e constante com o controle das algas. O Sistema de Jaubert contém plenum e essa é a essência desse sistema, ou seja, o que diferencia dos outros sistemas desnitrificantes de substrato de fundo. Plenum é um espaço entre o vidro do fundo do tanque e o substrato, feito usando material plástico ou tubos de PVC com “colmeias plásticas” para a sustentação do substrato.

DICAS PRÁTICAS:

1) Alimentos oferecidos aos habitantes do aquário devem ser à proporção do número de animais à serem alimentados. A alimentação deve ser oferecida de acordo com o tamanho do peixe, e de acordo com a boca do animal, afim de que seja aproveitada ao máximo, sem desperdício. Esperar que os peixes comam para que se ofereça mais é muito importante, assim como desligar temporariamente as bombas no momento de alimentá-los. Além disso evitar introduzir alimentos líquidos. A maioria dos invertebrados quase sempre não necessitam disso. Se realmente achar necessário, fazer em poucas quantidades e com a circulação do aquário totalmente desativada, oferecendo bem perto do animal.

2) A iluminação também é um dos pontos importantes, uma vez que não queremos contribuir com excesso de algas. A escolha de lâmpadas de espéctro avermelhado é o erro mais comum. O ideal é que o espéctro seja mais para o azul. Uma combinação de luz-do-dia e actinic blue são ideais, podendo ser na proporção de 1 por 1, tanto para as fluorescentes, como para metal halides (relativo à lâmpada luz-do-dia). Existem metal halides com alto grau de espéctro (10.000K+), logo o aquarista poderá optar de uma proporção de 2 MH para 1 actinic blue fluorescente, desejando uma combinação entre as duas. O bom senso ou conselho de aquaristas mais experientes ou vendedores / fabricantes poderá judar bastante, uma vez que temos diferentes tipos de sistemas e variados tipos de lâmpadas disponíveis no mercado, além de novos modelos lançados constantemente.

3) É possível o uso de macro-algas também, com objetivo de retirada natural de nutrients. Existe porém alguns esclarecimentos quanto à isso: devem ser em poucas quantidades, controladas e desde que não interfiram no metobolismo do sistema. Devem ser usadas com precaução para que não haja uma volta dos nutrientes para o sistema por meios de decomposição ou reprodução (favor ver Algas I).

4) Manter o aquário o mais limpo possível (livre de detritos ou restos de comida), assim como o filtro mecânico deve ser limpo se possível (ou necessário) todos os dias. Animais que se alimentam e conseqüentemente reciclam esses detritos são bem-vindos.

5) Evitar adição exagerada de certos aditivos vendidos para ajudar corais e algas à prosperarem como: molibdênio, iodo e ferro. Se houver explosão de algas, não adicione absolutamente nenhum aditivo (exceto kalkwasser) até que a situação esteja sobre controle.

6) Nunca colocar material calcário tratado (areia, corais mortos) num sistema estabilizado. Isso irá ajudar para que algas indesejáveis ocupem a superfície, podendo causar uma explosão de algas.

7) Manter o sistema o mais estável possível em todos os aspéctos, para que não haja uma chance de explosão de algas indesejáveis.

8) Checar todos os aparelhos e organismos pelo menos uma vez ao dia, para que não haja por exemplo algo deteriorando ou alguma bomba ou filtro sem funcionamento adequado. Movimento de água é muito importante.

9) Quarentenar cuidadosamente qualquer organismo introduzido no aquário, afim de que não se introduza também alguma alga indesejável ou mesmo doenças. O ideal seria de 3 semanas. O aquário de quarentena deve oferecer os requisitos necessários para ótima saúde e perfeito funcionamento biológico do tipo de organismo quarentenado.

10) Manter sempre animais herbívoros (peixes, caramujos, etc), apresentando assim um excelente meio natural ao combate das algas indesejáveis.


© Copyright 1999 Alex Correa (revised in 2.000).
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